Para nós, cristãos, a Bíblia não é um livro de ciências naturais ou de história erudita, mas o livro da vida da comunidade de Jesus, ou seja:
• Da comunidade de Israel, da qual nasceu Jesus (o Primeiro ou Antigo Testamento);
• Da comunidade que surgiu a partir de Jesus (o Novo Testamento, chave para a leitura cristã da Bíblia inteira);
• De nossa comunidade hoje, que pretende ser fiel ao que Jesus viveu.
A leitura da Bíblia tem seu lugar certo na comunidade eclesial. Importa compreender a Bíblia no mesmo espírito em que foi escrita. A interpretação tenha como referência a comunidade de fé, que, na palavra e na vida, dá continuidade à obra de Jesus. A Bíblia deve ser lida na comunidade orante e celebrante, e que mantém viva a herança de Jesus na prática do amor fraterno a na experiência de Deus como Pai – mensagem que ressoa na celebração, para ser posta em prática na vida.
Por isso, é preciso que a leitura da Bíblia seja participada por toda a comunidade eclesial: pelos mais humildes, que nos lembram a primazia da caridade fraterna; e pelos que tiveram formação especial, para que ajudem seus irmãos e irmãs. O fulcro de tal leitura é a celebração litúrgica, ampliada na catequese e na reflexão bíblica comunitária.
Tal leitura não é literalista, procurando entender tudo “ao pé da letra” – o que é impossível. Tampouco se contenta em abrir a Bíblia aleatoriamente para nela encontrar alguma mensagem de Deus, nem usá-la unilateralmente para defender alguma opinião particular, sem perceber o sentido do conjunto e o ponto central dos textos bíblicos. A leitura eclesial aqui proposta parte da escuta da Palavra na comunidade e lança mão de toda a tradição de conhecimento bíblico que herdamos do passado e que continua a ser aprimorado hoje.
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