O PERÍODO PERSA. NASCE O “JUDAISMO”
Depois da volta, os exilados restauram Jerusalém. Os profetas da restauração são: um outro longínquo discípulo de Isaias (o “Terceiro Isaias”), Ageu e Zacarias, os quais apóiam a reconstrução do templo (o “segundo templo”), construído pelo sumo sacerdote Josué e pelo governador Zorobabel. Zorobabel é descendente de Davi, mas não pode ser rei, pois a autoridade real é exercida pelo rei da Pérsia: o povo não é totalmente livre. No nível da comunidade, é governado pelos sacerdotes do templo. Sua referência de unidade está em Judá (Jerusalém); Por isso, este período é chamado o judaísmo. Nos séculos 5º - 4º a.C, o governador Neemias e o escriba-sacerdote Esdras consolidam a organização do povo em Jerusalém. A Esdras atribui-se a leitura da Lei (Ne 8) e a organização das sinagogas e do estudo da Lei. É chamado “o pai do judaísmo”.
O JUDAISMO NO HELENISMO
Por volta 330 a.C, Alexandre Magno, “o grego”, conquista o império persa, inclusive Judá. Assim começa o helenismo (heleno=grego). Depois da morte de Alexandre, em 323, seu reino é dividido. Durante o 3º século a.C, Judá vive sob o poder dos sucessores de Alexandre no Egito (lágidas ou ptolomeus). Os samaritanos, que no tempo dos persas obedeciam a Jerusalém, agora separam-se dos judeus. Por outro lado, muitos judeus se instalam na magnífica metrópole Alexandria do Egito, onde, por volta de 250, começam a traduzir a Bíblia para o grego. No 2º século, os reis helenistas da Síria (selêucidas) abocanham Judá. Em 167 a.C, o rei Antíoco Epífanes profana o templo. Isso provoca a resistência armada de Judas Macabeu e seus irmãos: a luta dos macabeus. Em 164, Judas Macabeu reconquista e reconsagra o templo (1 Mc 4,36-61). Os macabeus chegam a constituir uma dinastia (linhagem hereditária de reis nacionais), chamada de hasmoneus. Mas essa não é muito santa. Encampam o sumo sacerdócio, apoiados pelos sacerdotes do templo (saduceus). Isso provoca a oposição dos fariseus (leigos) e dos essênios (sacerdotes). Acirra-se também o conflito com os samaritanos: em 128, o hasmoneu João Hircano destrói o santuário dos samaritanos no monte Garizim.
OS ROMANOS. INICIOS DO CRISTIANISMO
Quando as brigas internas dos hasmoneus tornam o pai ingovernável, os anciãos de Judá apelam para os romanos, os novos “donos do mundo”. Em 63 a.C eles vêm para ficar, sob o comando do general Pompeu. Nomeiam o Idumeu Antípater vice-rei. Seu filho, Herodes, o grande, sucede-lhe. No fim de seu governo, no tempo do imperador Augusto, nasce Jesus de Nazaré (Ca. 5 a.C) que atuará e será crucificado durante o império de Tibério, sendo Pôncio Pilatos governador da Judéia e Herodes Antipas vice-rei na Galiléia (Lc 2,1-7; 3,1-2.21-23). Enquanto a Judéia é administrada pelos governadores romanos e os vice- reis descendentes de Herodes (Agripa I e Agripa II) nasce e cresce a comunidade dos seguidores de Jesus, com Pedro e Tiago como principais líderes. E um fariseu convertido, Saulo de Tarso (=Paulo), provoca a grande expansão do cristianismo pelo mundo greco-romano (At 15).
FIM DO TEMPLO E DO JUDAISMO ANTIGO. NASCIMENTO DO JUDAISMO RABÍNICO
Em 66 d.C, o movimento nacionalista dos zelotes inicia uma guerra contra os romanos. Os zelotes ocupam o templo de Jerusalém. Depois de lento sufoco, o general Tito toma a cidade e destrói o templo, em 70 d.C. Os escribas fariseus, que anteriormente se tinham refugiado com os livros sagrados em Jâmnia, a 50km de Jerusalém, refundam então o judaísmo com base no estudo da Lei (sem templo nem sacrifícios): o judaísmo formativo, presidido pelos rabinos, do qual deriva o judaísmo que conhecemos hoje...